#Segue o som#

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Recomeço

Reprodução
Toda virada de ano minhas redes sociais bombam de mensagens e nos últimos dias de 2016 não foi diferente. Confesso que fiquei até surpresa com o número de pessoas que há alguns anos eu não via, se quer tinha mais o contato, e que vieram me desejar votos de Boas Festas.
Bom, acho todos esses votos muito bonitos, mas não tenho mais tamanha disposição para fazê-los. 
Muito mais do que palavras, todo final de ano, todo aniversário, toda data significativa é hora de celebrar e recomeçar. Recomeçar não por que algo deu errado, mas fazer novamente, com mais amor, com mais empolgação, com mais energia.
Diante das coisas ruins que aconteceram em 2016, é hora de voltarmos nossas energias para os sentimentos bons. E muito mais que palavras é hora de ação. Recomecemos.

domingo, 20 de novembro de 2016

Luto Negro

Foto: Reprodução
Um domingo, dia 20, mês novembro. Eis que chove em Salvador, no meu coração e nos mais de 80% da população majoritariamente negra da capital baiana. Sempre começo esse dia dizendo que é dia de luta e parece que cada ano ela só aumenta.

A internet que tanto nos ajuda a propagar nossos ideais de igualdade e o orgulho em ser negro também mostra quantos racistas estão espalhados em todo o mundo. São cases de racismo diários que ratificam o desrespeito seja a anônimos ou até mesmo aos famosos. Na web a proporção dessas cenas é maior, mas basta olharmos para o nosso lado e veremos que a situação está aqui bem pertinho.

Mortos na Vila Moisés, o caso Davi Fiuza, o racismo institucional que nos persegue e TANTAS outras atrocidades que o povo negro sofre 24 horas por dia. É lindo os veículos de imprensa irem ao Pelourinho e mostrarem a cultura afro, mas mais lindo será pautar a nossa causa sempre. Nem só de percussão, estética e dança vive nosso povo. A miséria e a desgraça andam lado a lado com os nossos – basta olhar o genocídio que assola nossa juventude.

O tempo nublado deste dia é o choro de tantas mães que perderam seus filhos, de tantos negros que não são respeitados dentro desse mundo que deveria ser plural, de tantos dos nossos que não cansam de lutar para tentar uma mudança do sistema. Que essa chuva lave nossos choros e a mente dos preconceituosos espalhados em todos os cantos dessa cidade que é de todos os Santos.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

A Intolerância religiosa e da cor

Foto: Reprodução
Todos os anos fico afoita para ver o tema da redação do ENEM e nesse ano estava como chefe de sala. Só depois de coletar os dados biométricos dos participantes pude dá uma olhadinha no tema da temida dissertação argumentativa. Olhei e sorri. Explicarei o porquê.

Sou católica desde sempre, mas nunca tolerei a intolerância vivida por nenhuma religião. Nós (católicos) passamos por maus bucados nos tempos antigos, e ainda hoje em locais de guerra, onde nossa fé precisa ser cultuada nos “porões”. Mas, muito além de tudo isso, o povo de santo vive uma intolerância que perpassa tempos e gerações, e nenhuma outra crença é tão sofrida quanto essa.

Ontem, diante da efervescência que foi esse tema, muitos católicos se mostraram indignados pelo fato de ao falar intolerância religiosa automaticamente esse tema ser relacionado ao candomblé. E, sim, não tem como ser diferente. Além de todos estigmas, o povo de santo também, em sua maioria, é preto!

Penso que toda essa discussão vai muito além do culto a um Deus, aos santos ou aos orixás. Ela também é política e racial. Enquanto se tem um racismo enraizado em nosso país e um preconceito latente em todas esferas, a intolerância religiosa ainda será constante em nosso meio.

sábado, 1 de outubro de 2016

Se o mito de Narciso dita quem é belo, a magreza dita quem é saudável…

Começo dizendo que esse texto é um fato real, que aconteceu com esta criatura que vos escreve. Este não é um daqueles textos de autoajuda, muito menos de lamúrias e reclamações de uma criatura que está com sobrepeso. Este é apenas um relato de uma pessoa saudável e indignada.
Em novembro de 2015 percebi que estava acima do peso (coisa que já não acontecia há alguns anos). Até então tudo normal. Devia ter comido algumas besteiras, preocupações, ansiedades. A gente sempre procura uma culpa para a gordura indesejada! Como pessoa saudável que sou, apesar de frequentar a academia regularmente, resolvi ir à endocrinologista para averiguar como estava minha situação clínica. Mal sabia eu que aí viriam as preocupações.
A médica com a qual me receitei de cara já veio dizendo que eu estava “cheinha” e me passou uma bateria de exames. Retornando com os resultados ela me passa uma dieta fervorosa onde não podia comer praticamente nada e um remédio que me custou a vida, de tão caro que foi. Segundo ela, o remédio não era apenas para emagrecer, mas para ajudar na regularização do meu colesterol e de algumas taxas hormonais que estavam alteradas.
Segui a dieta, tomei o remédio e dentro de dois meses perdi quase três quilos. Era pouco, mas já era alguma coisa. Na consulta de retorno, a minha surpresa: só magros são saudáveis. Senão for isso, eu estou ficando louca. A senhora doutora vira para minha pessoa e diz que emagreci muito pouco (como eu já esperava). Após sua aferição do meu peso, ela me vem com mais uma receita de remédio para que eu compre. E o valor? Prefiro não comentar! Antes de me levantar da sala, pergunto se ela não iria repetir os exames e, calmamente ela me respondeu: não, você tem que emagrecer mais.
Confesso que por alguns instantes eu pensei que só era saudável quem estava magro. Mas me recordei de tantas pessoas magras que não tem o mínimo de capacidade para aguentar uma hora na aula jump ou então meia hora na zumba. E, aí o que me dizem? Pois bem. Coincidentemente logo após ter passado por essas crises existenciais da magreza x gordura, fui à uma médica clínica fazer os exames rotineiros de todo início de ano. Ao ver os resultados no site, uma surpresa: a gorda aqui estava com todas as taxas de colesterol e açúcar regulares, sem alterações.
Se para a minha médica só magros são saudáveis, eu digo a ela que não. Se os profissionais são os primeiros a regularem os corpos humanos, como poderemos viver bem nesse mundo? É um saco se só pelo fato de ir à academia as pessoas te julgarem mal se você toma um refrigerante de vez em quando, come um acarajé ou até mesmo enfia o pé na jaca no lanche da tarde. Não estou querendo dizer com isso que se pode comer tudo, mas também não podemos nos privar de tudo.
O mundo cada dia fica mais chato e as pessoas também. Eu não quero ir para a academia virar panicat. Quero apenas manter minha saúde. Não quero comer salada por que é bonito, mas por que eu gosto e acho bacana. Não quero deixar de comer besteira no fim de semana, por que preciso disso para sair da rotina. Não quero deixar de viver, por que o mundo me julga. Se estou alguns quilos acima do peso, paciência. Mas, isso não quer dizer que não tenho saúde para mais alguns longos anos de vida.
*Esse texto foi publicado também na Revista Plus

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

É hora de sair de cena

Foto: Reprodução
No espetáculo da vida nunca se sabe quando as cortinas serão fechadas. Hoje, amanhã ou daqui a alguns anos...

A morte é o grande mistério vivido pelos humanos. Nunca se sabe como será que ela aparecerá - se para nós, para um amigo ou um familiar. Uma questão é certa: ela tarda, mas não falha.

Choros, sofrimentos e outros sentimentos vem à tona quando essa visita nada aguardada chega em nosso meio e o grande X da questão é: como proceder?

Lembro que no final do ano passado acordei com uma notícia trágica de que uma colega de infância faleceu após ter sido queimada. Tem dias que a ficha não cai que uma pessoa tão jovem nos deixou tão cedo (mesmo sabendo que idade não quer dizer nada).

Aí hoje, no meio do expediente, vem a notícia do desaparecimento do ator Domingos Montagner, e agora no início da noite a confirmação de sua morte. Quantos fãs de Santo não choram agora sua morte que não é ficção? Quantos agora não sofrem com a perda de seus entes queridos? Quantos agora não deixam seus sonhos e planos pela metade por que a morte os levou? Difícil responder a esses questionamentos, mas vivo sem entender o mistério da morte.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

A Queda

Foto: Reprodução
Desde a infância, quando caímos sempre levamos algo de aprendizado. O tempo passa e na vida adulta não é diferente: as quedas costumam nos deixar mais atentos ao entorno, aos locais por onde pisamos e às situações da vida.

Era pra ser só mais uma terça à noite, onde habitualmente eu chego na academia, às 20h. Por ocasião dos congestionamentos soteropolitanos acabei chegando um pouco mais tarde. Mas, por ser véspera de feriado não deixei de ir (não gosto de ficar dois dias seguidos sem treinar).

Tudo seguia seu curso natural: cheguei, troquei a roupa e estava pronta para minha uma hora de suor e sofrimento. Até que um incidente destruiu com o meu treino noturno. Subi na esteira como sempre faço e ao tentar me equilibrar descubro que a esteira estava ligada - para minha sorte, em uma velocidade baixa. Não sabia o que fazer: se tentava me equilibrar, se gritava, se caía calada. Nesses 3 a 5 minutos de desespero uma colega começou a falar alto pedindo ajuda e dois colegas ajudaram a me levantar. Foi feio? Foi. Mas, feio mesmo foi analisar o descaso das pessoas. Os instrutores nem lembravam que eu existia, exceto uma que ficou bastante preocupada. Segundo ela, a culpada da situação foi uma aluna nova que não sabia manusear a esteira. As recepcionistas estavam conversando com grupo de alunas e apenas olharam como se nada estivesse acontecendo. E, ainda a culpada da situação por alguns fui eu, que não olhei se a esteira estava ligada.

Posso parecer redundante nos meus textos, mas o que ratifico a cada dia é que o ser humano está a cada dia se importando menos com o outro. Seja pela aluna nova que não pensou que eu ou outro aluno (a) poderia subir na esteira e se acidentar; seja pelos instrutores, que em sua maioria são estagiários, e nem se quer vieram saber o que tinha acontecido; seja pelo mundo que está ao avesso e cada um olha ainda mais pro seu próprio umbigo.

Disso tudo eu só agradeço por não ter sido algo pior e pelas poucas pessoas que na situação lembraram que eu era ser humano e precisava de ajuda.

sábado, 4 de junho de 2016

Ser gente grande é tão difícil!

Quando criança eu queria urgentemente ter 18 anos. Ir ao cinema sem restrição de faixa etária, entrar nos shows que me interessasse, beber... essas coisas que a gente deseja quando é de menor. Mas, aí chega a vida adulta e vemos que nem tudo era tão bom quanto imaginávamos.
Depois da maioridade são tantas ocupações e as cobranças se tornam ainda mais fortes. Seus pais, o trabalho e a sociedade te cobram tanto e, na maioria das vezes, você não sabe se está no caminho certo ou se muda a direção. Tem que fazer faculdade, tem que arranjar um bom emprego, o país está em crise. No meio desse cenário catastrófico estamos nós - eu, você e tantos outros pensando em que rumo tomar.
Aqui estou eu, em plena manhã de sábado, entediada por que tenho uma prova no curso de idiomas. E, o pior: nem fazer o idioma que gosto posso, por que o mundo dita a língua universal! Será que posso voltar para os 10 anos?
Ê vida de gado!